Enquanto rivais lançam novos modelos de carros conceito, a Fiat tem pouco para mostrar no salão do automóvel de Paris além de outra variante do compacto retrô 500, algo que tem sido visto como uma tendência preocupante para a marca italiana.
Após a aquisição completa da norte-americana Chrysler, a nova Fiat Chrysler Automobiles (FCA) definiu um plano ambicioso de crescimento focado nas marcas de alto padrão Alfa Romeo, Maserati e Jeep.
Analistas afirmam que faz sentido se concentrar em veículos premium de alta margem e que estão tendo fortes vendas nos Estados Unidos e em mercados emergentes, mas mostram preocupação quanto à possibilidade de o grupo estar negligenciando a marca Fiat, que ainda é responsável por grande parte das vendas.
A FCA vendeu 1,5 milhão de Fiats no ano passado, com as entregas da Fiat representando 34 por cento do total do grupo.
O lançamento do 500X em Paris deve ajudar nas vendas ao adicionar a popular categoria de mini SUV ao portfólio da marca. Mas o modelo crossover não deve mudar de maneira significativa a situação da marca Fiat, que tem mostrado uma linha de veículos envelhecida.
“O 500 está ficando cada vez mais velho, o sucesso de suas variantes tem sido limitado e eles estão sem uma oferta competitiva em um momento em que Volkswagen, Peugeot e Renault continuam a lançar novos carros”, disse Sascha Gommel, analista do Commerzbank. “Mesmo se a recuperação europeia ganhar fôlego, a Fiat definitivamente vai perder.”
OBSTÁCULOS ADIANTE
O presidente-executivo do grupo, Sergio Marchionne, conseguiu sucesso em 2007 quando escolheu o compacto 500 para recuperar a marca Fiat, vendendo mais de 1 milhão de unidades nos seis anos após o relançamento do modelo.
Fonte: Reuters