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Teleférico da Providência volta a circular após sete anos parado; reforma custou R$ 42 milhões

Inaugurado em julho de 2014, e parado desde 2016, o Teleférico da Providência, no Centro do Rio, voltou a funcionar ontem, após uma fase de testes realizada no mês passado. O vaivém das gôndolas, entre a Praça Américo Brum, no alto do morro, e estações na Gamboa e na Central do Brasil, foi festejado por moradores da região histórica, considerada o berço da primeira favela carioca. O serviço terá retorno gradual: ao longo de abril, vai funcionar de terça a sexta, de 8h a meio-dia, e aos sábados, de 8h a 11h — às segundas-feiras, exceto em situações excepcionais (como hoje), ficará fechado para manutenção.

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O trajeto até o topo da favela, feito em 16 gôndolas, leva três minutos. A recuperação do sistema custou R$ 42 milhões à prefeitura.

— Sinto alguma tristeza toda vez que a gente tem que entregar algo que já entregou. Quando a gente celebra a volta da Transoeste ou inaugura um teleférico como esse, a gente vê o que maus governos podem significar para a vida das pessoas. Estamos trabalhando nisso aqui desde o dia que voltei (à prefeitura). Há oito anos, os moradores da Providência sobem e descem a ladeira — disse o prefeito Eduardo Paes, que participou da cerimônia de reinauguração.

Ele também comentou sobre a gratuidade do serviço:

— A prefeitura vai pagar essa conta. São aqueles equipamentos de mobilidade que não são sustentáveis. A gente sabia desde o início. Cada vez mais os governos têm um papel a cumprir.

Moradores festejam

Construído com recursos federais — um investimento de R$ 75 milhões por meio do Programa de Aceleração do Crescimento —, o equipamento parou de funcionar porque seu contrato de operação não foi renovado. Os moradores comemoram a volta do teleférico porque, entre outras vantagens, evitarão trajetos mais longos a pé — como o hoje feito pelo Túnel João Ricardo para quem vai à clínica da família ou à escola local.

A vendedora Rosana Batista Damasceno, de 53 anos, é nascida e criada na comunidade. Ela viu o projeto sair do papel e participou da primeira inauguração.

— Vi tudo acontecer. Ver o Teleférico ser reinaugurado traz muita emoção. Eu trabalho vendendo doces, e todos os dias subia e descia esse morro com a sacola cheia. Agora, posso até vender mais porque não preciso me preocupar com o peso. É uma felicidade para quem mora aqui — afirma a vendedora.

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Auxiliar de serviços gerais, Janaína Silva Campos, de 47 anos, sai todos os dias de Campo Grande, na Zona Oeste, para trabalhar na Clínica da Família Nelio de Oliveira, ao lado da estação Américo Brum. Há quatro anos, ela caminha 20 minutos da Central até o alto da favela para dar expediente.

— A retomada é importante para quem mora, mas também para quem é de fora e trabalha aqui. Temos muitas crianças e idosos na comunidade. O Teleférico é importante para a locomoção dessas pessoas. Sei que vai ser de grande ajuda — diz Janaína.

No passeio em gôndolas envidraçadas, a paisagem é espetáculo à parte: os passageiros avistam a famosa escultura da Lua, do artista francês JR, instalada no centro cultural Casa Amarela, no alto do morro, além da roda-gigante e da Cidade do Samba, na Região Portuária.

— A vista me encantou, não tem preço —conta a estudante de enfermagem Cristina Souza, de 27 anos.

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