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Desemprego

Coronavírus: secretário de Guedes diz que desemprego pode dobrar e critica estabilidade de servidor público

Segundo Salim Mattar, funcionário público não dorme com medo de perder o emprego

 

Em conversa com investidores transmitida pela internet, nesta quinta-feira, o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar, disse que a taxa de desemprego no Brasil, que até março era de 12,2%, poderá dobrar por causa do coronavírus. Mattar também criticou o atual regime que garante estabilidade aos servidores das empresas estatais, que permite que os funcionários tenham uma situação diferenciada dos trabalhadores do setor privado.

– Não existe demissão em empresa pública, só no setor privado. Há 12 milhões de funcionários públicos e 500 mil funcionários de estatais e ninguém dorme com medo de perder o emprego – afirmou.

Mattar disse que só será possível saber o tamanho do estrago causado pela pandemia de Covid-19 na economia brasileira nos meses de julho e agosto. Segundo ele, vários países, incluindo o Brasil, têm tomado medidas para amenizar os efeitos da doença sobre o mercado de trabalho.

– A sociedade como um todo tem uma preocupação que se chama desemprego. No Brasil, que já estava como uma taxa elevada, presume-se que esse desemprego anterior possa aumentar de 50% a 100% – previu o secretário.

Ele ressaltou que a dívida pública brasileira poderá chegar a 90% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país), enquanto o “razoável” seria uma taxa entre 30% e 50%. Hoje, a relação dívida/PIB está em 76,5%. Afirmou que essa dívida só poderá ser abatida através da venda de ativos do Estado, ou seja, a privatização.

O secretário disse a solução para melhorar esse cenário está em um robusto programa de concessões e investimentos, já elaborado pelo governo. Porém, todas as ações nesse sentido devem passar pelo setor privado, pois não há recursos públicos disponíveis. Buscar mais dinheiro aumentando impostos é um caminho descartado, enfatizou.

– O Estado penaliza o empregador, coloca sobre ele uma elevada carga tributária – declarou.

Fonte: O Globo