Uma empresa fundada em 2010 tornou-se a líder no mercado de smartphones chinês, desbancando gigantes como Samsung e Lenovo. A companhia que conseguiu esse feito é a (desconhecida) chinesa Xiaomi (lê-se cháomi), que prepara sua estreia no Brasil.
Considerada a “Apple da China”, a companhia expressou em abril, durante uma coletiva de imprensa, que mira o mercado brasileiro. Por enquanto, de concreto, a Xiaomi mantém um escritório registrado em São Paulo. Porém, ainda não se sabe como a companhia manterá seu “modus operandi” fora de sua terra natal. Se for algo parecido com que ocorreu na China, a empresa deve incomodar as grandes fabricantes.Amplia
Como parte do esforço para crescer em mercados internacionais, a companhia contratou no ano passado o brasileiro Hugo Barra, que trabalhava como vice-presidente da plataforma Android. Em uma publicação no Google+ do início deste ano, Barra postou: “Conversa boa com o governador de Minas Gerais (…). Começamos a falar em levar a Xiaomi à América Latina começando pelo Brasil.”
A Xiaomi se define como uma empresa de tecnologia, pois ela não só fabrica dispositivos, mas também investe em um sistema de comércio eletrônico próprio e desenvolve uma interface gráfica Android personalizada usada tanto em seus aparelhos como em outros dispositivos.
“A Xiaomi é diferente, pois vende seus aparelhos apenas pela internet, não lança vários aparelhos (não passa de cinco ao ano), na China eles usam o Weibo (uma espécie de Twitter) para interagir com os fãs da marca e contam com uma interface gráfica Android personalizada com vários serviços”, disse Jingwen Wang, analista da consultoria de mercado Canalys, em entrevista ao UOL.
Apenas em agosto de 2011 eles lançaram seu primeiro aparelho, o MI 1 custando 1.999 yuanes (cerca de US$ 325 ou R$ 735), um preço bem abaixo dos concorrentes para uma configuração topo de linha. As especificações técnicas do aparelho são: processador dual-core de 1,5 GHz, tela de 4 polegadas e duas câmeras, sendo uma de 8 megapixels e a frontal de 2 megapixels.
A título de comparação, um Galaxy S II, lançado no mesmo ano e com configurações parecidas, tinha preço sugerido de venda de R$ 1.800. Enfim, a empresa chinesa começou a oferecer um aparelho com boas configurações a um valor possível para o público local.
“O preço é acessível porque a companhia corta despesas ao vender diretamente e em marketing, usando sua loja online e sua conta no Weibo [espécie de Twitter chinês]”, explica a analista Jingwen.
A empresa começa a pré-venda de aparelhos seis dias antes do lançamento. Durante esse período, eles costumam vender entre 200 mil e 300 mil unidades, segundo um relatório da consultoria de mercado Gartner.
Fonte: Uol