Pela primeira vez, uma usina nuclear brasileira será reabastecida com urânio enriquecido no Brasil. Na próxima recarga de combustível de Angra 1 (22ª), prevista para o dia 25 de Abril de 2015, 80% do urânio enriquecido, a ser utilizado, virá da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende. Com isso, a tendência é diminuir a dependência do Brasil, que atualmente enriquece 100% do urânio usado no reabastecimento das usinas Angra 1 e 2 em empresas estrangeiras.
Até junho de 2015, Angra 1 receberá todo o urânio enriquecido pela FCN para a fabricação dos elementos combustíveis de sua 22ª recarga, com duração estimada em 36 dias. O processo de enriquecimento representa 30% do custo de fabricação do combustível nuclear. Logo, a utilização de tecnologia nacional vai gerar uma grande economia para o setor nuclear brasileiro.
Atualmente, estão sendo acumuladas cerca de 16 toneladas de urânio enriquecido para essa recarga de Angra 1 – quantidade correspondente a oito cilindros do material. Em seu estado natural, o índice de concentração do urânio é de 0,7%, mas, após o processo de enriquecimento, essa taxa chega a 4%. Com este nível de concentração, gera-se uma grande quantidade de energia, capaz de alimentar os geradores nucleares.
Novos estudos vêm sendo realizados para atender, no futuro, toda a geração energética nuclear do Brasil, que inclui as usinas Angra 1 e 2, em funcionamento, e Angra 3, com previsão para entrar em operação comercial em 2018. Em números, isso representará uma potência nominal de 3395 MW (640 MW de Angra 1, 1350 MW de Angra 2 e 1405 MW de Angra 3).
Fonte: Jornal da Energia