O Pará deixou de registrar quase mil mortes e 14 mil casos confirmados da Covid-19, somando um total de 15 mil subnotificações que não estavam na contagem oficial do governo, nos últimos oito dias. Os boletins retroativos acabaram alterando a data do primeiro caso de Covid-19 no Pará para 7 de março – a data divulgada era 18 de março.
Segundo o secretário de Saúde (Sespa), Alberto Beltrame, isso ocorreu devido a um “descompasso” no sistema da secretaria atualizado pelas prefeituras, que deixaram de fora um total de 907 óbitos e 13.871 casos confirmados da doença neste período – ou seja, 43,7% do total de casos e 34,8% do total de mortes. O estado encerrou a quarta-feira (27), com 31.671 casos e 2.605 óbitos pelo novo coronavírus.
- O boletim divulgado às 12h30 desta quinta não foi contabilizado nesta reportagem, já que os números diários somente são fechados às 19h. Contudo foram contabilizados mais 1.969 casos e 100 óbitos de datas anteriores.
No total, são 14.778 notificações em atraso, incluindo infectados e óbitos, que foram identificadas pela secretaria. Uma força-tarefa foi montada para a divulgação em novo formato, que iniciou na quarta-feira (20). Segundo Beltrame, as notificações teriam ocorrido há semanas, principalmente entre abril e início de maio, e resultam de 122 mil testes rápidos distribuídos entre os municípios.
Recentemente, o Rio de Janeiro também mudou protocolos de divulgação dos dados da Covid-19 e o novo método de contagem dos mortos foi criticado. No Rio Grande do Sul, uma pesquisa aponta que para cada caso oficial, há outros dois que não são registrados. Em Minas Gerais, o governo também admitiu subnotificações e estima que há 1 confirmação de coronavírus para cada 10 casos.