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Pará deixou de registrar quase mil mortes de Covid-19 e número total ultrapassa 2,5 mil, diz Secretaria de Saúde

O Pará deixou de registrar quase mil mortes e 14 mil casos confirmados da Covid-19, somando um total de 15 mil subnotificações que não estavam na contagem oficial do governo, nos últimos oito dias. Os boletins retroativos acabaram alterando a data do primeiro caso de Covid-19 no Pará para 7 de março – a data divulgada era 18 de março.

Segundo o secretário de Saúde (Sespa), Alberto Beltrame, isso ocorreu devido a um “descompasso” no sistema da secretaria atualizado pelas prefeituras, que deixaram de fora um total de 907 óbitos e 13.871 casos confirmados da doença neste período – ou seja, 43,7% do total de casos e 34,8% do total de mortes. O estado encerrou a quarta-feira (27), com 31.671 casos e 2.605 óbitos pelo novo coronavírus.

  • O boletim divulgado às 12h30 desta quinta não foi contabilizado nesta reportagem, já que os números diários somente são fechados às 19h. Contudo foram contabilizados mais 1.969 casos e 100 óbitos de datas anteriores.

No total, são 14.778 notificações em atraso, incluindo infectados e óbitos, que foram identificadas pela secretaria. Uma força-tarefa foi montada para a divulgação em novo formato, que iniciou na quarta-feira (20). Segundo Beltrame, as notificações teriam ocorrido há semanas, principalmente entre abril e início de maio, e resultam de 122 mil testes rápidos distribuídos entre os municípios.

Recentemente, o Rio de Janeiro também mudou protocolos de divulgação dos dados da Covid-19 e o novo método de contagem dos mortos foi criticado. No Rio Grande do Sul, uma pesquisa aponta que para cada caso oficial, há outros dois que não são registrados. Em Minas Gerais, o governo também admitiu subnotificações e estima que há 1 confirmação de coronavírus para cada 10 casos.

Direito à Educação no campo para a Sustentabilidade

“Investir na Educação no campo é um dos caminhos para desenvolver uma cadeia produtiva sustentável de alimentos e uma cultura de uso eficiente e inovador da terra”

 

A chegada da pandemia do novo coronavírus nos mostra, de forma ainda mais concreta, a força da natureza. Talvez, venha para nos fazer desconectar de algumas visões ingênuas em relação a ela. Revela a importância de se respeitar sua força e a impossibilidade humana de controlá-la. Terremotos, furacões e tsumamis já nos assolaram e nos assolam ainda hoje. A harmonia e o equilíbrio do meio ambiente não são bondades, ambos estão atrelados à segunda lei da termodinâmica, que afirma que tudo se transforma na direção espontânea dos processos, de onde tem mais energia para onde tem menos: o equilíbrio será conquistado de acordo com as condições que o favorecem. Esta harmonia é um ecossistema e não um indivíduo. Então, como pensar uma sociedade em equilíbrio com o seu meio ambiente, como podemos nos educar para alcançar a sustentabilidade?

Uma das áreas na qual essa reflexão atualmente se faz, não só necessária, mas também fundamental, é o campo, em especial a atividade agrícola. É nesse segmento que a relação do indivíduo com a natureza se dá de forma mais direta. No campo, é ainda mais evidente a relação entre o homem e a natureza porque a tecnologia é menos presente, o que ressalta ainda mais a visibilidade dessa relação. Nesse contexto, podemos ver a sustentabilidade ambiental como altruísmo, sendo ele uma convergência de interesses em torno de um propósito comum compartilhado: garantir um planeta saudável para todos nós e para as gerações futuras. E a educação é a chave que nos dá a possibilidade de conquistarmos, de fato, este objetivo.

A Educação é a base do sujeito, é ela que nos faz compreender nossa existência no mundo e o meio no qual estamos inseridos. Ela nos desenvolve como pessoas, nos faz perceber nosso próprio corpo e nossa interação com esse meio, permite que ampliemos nossas relações interpessoais e nos faz entender como podemos ser produtivos. Permite, também, compreender qual é a nossa contribuição para a sociedade. Por isso, não pode ser negada a ninguém.

Mas, ainda hoje, infelizmente, nem todos têm acesso a uma educação emancipatória de qualidade. As áreas rurais, por exemplo, ainda sofrem com essa realidade. No Brasil, temos hoje cerca de 73.000 instituições de ensino municipais e estaduais no campo, dessas 1.856 são quilombolas e 2.823 são indígenas. As demais, em torno de 68.804 são escolas rurais ou unidades em assentamento. Apesar dos números parecerem bons, toda a sociedade civil organizada do campo reclama da falta de acesso à escola. Muitas crianças andam quilômetros a pé para poder estudar, atravessam rios e não encontram transporte público seguro. Há também falta de materiais e infraestrutura adequada. O que, portanto, não faz da escola rural um ambiente acolhedor como deveria.

Mesmo havendo políticas públicas de enfrentamento para esses problemas, nosso país ainda conta com uma desigualdade expressiva na educação, muito visível, sobretudo, no campo. Assim, não podemos considerar justo falar em meritocracia para o jovem da área rural, já que não dispõe das mesmas ferramentas e dos mesmos acessos que os jovens das metrópoles. Não são dadas condições plenas para a quebra do ciclo de pobreza da população rural. Apesar de termos leis bastante inclusivas nesse aspecto, não as respeitamos em sua integridade.

Nesse cenário de pandemia, o agronegócio, ainda mais que antes, deve lançar mão de sua característica de renovabilidade, de sua capacidade de transformação do consumo – desde não usar agrotóxicos até produzir energia renovável, e levar alimentos saudáveis para a mesa do campo e de grandes cidades. Adotar boas práticas de produção será cada vez mais importante. Para isso, a educação é a ferramenta capaz de fazer com que essa necessidade se torne uma realidade.

Quem vive na cidade precisa abrir os olhos para o impacto que o agronegócio tem em nosso dia a dia, do abastecimento de nossa mesa ao descarte de alimentos, das tecnologias produtivas até o modo como vamos consumir produtos da terra. Portanto, todos devem entender que investir na capacitação dos trabalhadores do campo é promover sustentabilidade ambiental. É também desenvolver relações mais humanas e mais equilibradas.

A necessidade da educação rural

Quando o jovem não tem acesso à educação há um impacto negativo para o exercício de sua futura atividade profissional. Um agricultor, por exemplo, tem um trabalho complexo, ao contrário do que muitos pensam. Para exercer sua função, esse cidadão precisa de conhecimentos de geografia, biologia, física, química e matemática, entre outros. Deve, portanto, usá-los para estabelecer uma relação proveitosa e respeitosa com a terra. Não há como criar políticas de sustentabilidade na área rural, sem investir na formação de homens e mulheres do campo.

Pequenos e médios produtores são empreendedores rurais que dependem da terra e dos recursos naturais para garantir safras de qualidade. Para inovar precisam conhecer o meio em que vivem, além de estabelecer uma relação salutar com esse meio. É preciso que consigam preservar a potência produtiva do solo. Um exemplo de ação consciente é o manejo inteligente da terra e, para criar iniciativas do gênero, é necessário que esses profissionais tenham educação de qualidade e constantes capacitações.

É importante destacar que o empreendedor do campo, muitas vezes, não possui uma equipe técnica, assim dependendo de seu próprio capital de conhecimento. De qual maneira, é importante que, por parte do poder público, sejam fomentadas políticas de capacitação e de incentivo à inovação.

A contribuição da Constituição brasileira na educação – a necessidade de inclusão e igualdade

A nossa Constituição Federal de 1988 tem no artigo 6º uma declaração dos direitos humanos fundamentais. E, a partir do título VIII, artigo 193, ela organiza e delineia o exercício de cada direito social. No caso da educação, destaco do artigo 205 até o 214. O texto do artigo 205, por exemplo, de forma muito clara, traz a educação como um direito de todos, como um dever do Estado, da família e de toda a sociedade. Portanto, todos devem colaborar para o pleno desenvolvimento da pessoa e da sua individualidade. O mesmo artigo ressalta a importância da educação para o exercício da cidadania, da participação da pessoa na sociedade, além de se referir à habilidade e qualificação para o trabalho.

Já o artigo 206 reforça o aspecto inclusivo constitucional destacando como direito de todos a igualdade de condições e o acesso à educação; a liberdade do aprendizado; o acesso ao pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; a gratuidade de ensino nas instituições oficiais governamentais; a valorização dos profissionais de educação; a coexistência de instituições públicas e privadas; a garantia de padrão qualidade; um piso salarial para os professores.

Além disso, o artigo 208 se refere ao dever do Estado para com a educação: ele deve garantir o acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da educação artística, mediante a capacidade de cada um. Por conta disso, criou-se, infelizmente, de forma deturpada, o entendimento de meritocracia como exames vestibulares para as universidades, uma percepção errada que necessita ser revista, já que antes de se medir a capacidade de cada indivíduo, é preciso garantir o acesso à educação para todos e a igualdade de oportunidade.

Outro aspecto que deve ser repensado é o ensino privado, previsto no artigo 209, que aborda o cumprimento das normais gerais da educação nacional. As instituições privadas também dependerão do poder público para a avaliação de sua qualidade. Secretarias de estados e municípios avaliam e autorizam as entidades privadas de educação básica e o Ministério da Educação avalia o ensino universitário – não considerado superior, uma vez que a Organização Mundial da Saúde já nos explicitou a importância da educação infantil e de sua acuidade.

É esse ensino, portanto, que vai entregar para a sociedade pessoas melhores, informadas e preparadas. Nossa Constituição determina a alocação de receitas públicas especialmente na educação infantil; sem esse investimento nunca teremos um ensino de qualidade, transformando crianças em cidadãos preparados, produtivos e sustentáveis.
Fonte: Revista Fórum

‘Incendiário’, ‘inacreditável’ e ‘contraditório’: imprensa europeia analisa pronunciamento de Bolsonaro sobre coronavírus

Jornais de Portugal, Inglaterra, França e Espanha noticiaram discurso de presidente Jair Bolsonaro

 

A imprensa europeia destaca, nesta quarta-feira (25), as declarações do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, durante pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão realizado na noite de terça-feira (24). Para os jornais, as declarações do líder da extrema direita do Brasil são “incendiárias”, “difíceis de acreditar” e vão de encontro com as próprias recomendações do Ministério da Saúde do país.

Para o jornal francês “Le Monde”, o presidente “minimiza os riscos relacionados à pandemia da Covid-19 ao criticar as medidas tomadas em diversas cidades e Estados do país, em um momento em que um terço da população mundial é colocada em confinamento”.

O diário também destaca que Bolsonaro acusou as mídias do país de propagar “histeria”, diante da pandemia que já causou mais de 18 mil mortos no mundo. “O Brasil está protegido da doença, segundo ele, devido ao clima quente e a população majoritariamente jovem”, reitera a matéria.

O jornal “Le Parisien” lembra que, no momento do discurso de Bolsonaro, o Brasil contabilizava 2.201 casos de coronavírus e 46 mortes. “Mas as deficiências do sistema de saúde, além da pobreza e a insalubridade nas quais vivem uma grande parte da população, ameaçam agravar a epidemia na primeira economia da América Latina”, afirma o diário.

Discurso resultou em “panelaços”

O jornal britânico “The Guardian” destaca que o presidente brasileiro declarou que “nada sentiria” caso fosse contaminado pela Covid-19. A matéria classifica as afirmações do presidente como “incendiárias” e ressalta que o discurso provocou grandes “panelaços” no Rio e em São Paulo.

“The Guardian” lembra que as duas maiores cidades do Brasil, São Paulo e Rio e muitas outras em todo o país, confinaram seus moradores “para salvar vidas”. O jornal também destaca que muitos opositores de Bolsonaro acreditam que sua resposta à epidemia de coronavírus no Brasil “vai ser o fim de sua carreira política”.

Em editorial, o jornal espanhol “El País” analisa como a América Latina lida com a pandemia e afirma que Bolsonaro “é o pior caso” entre alguns líderes da região que tentam minimizar a situação. Para o diário, o presidente está mais preocupado com a briga política com os governadores de São Paulo e do Rio – estados que concentram 60% dos casos de coronavirus do Brasil – do que com os riscos da pandemia.

“E os riscos são gigantescos!”, afirma o editoralista. “As declarações oficiais de que o Brasil dispõe de recursos suficientes para enfrentar esse tsunami são difíceis de acreditar”, reitera o artigo. Para “El País”, a situação catastrófica de falta de material médico, hospitais e profissionais da área da saúde que vivem atualmente a Europa e os Estados Unidos pode se repetir no Brasil. “O vírus se comporta de maneira similar em todas as latitudes”, conclui.

Contra recomendações do Ministério da Saúde

Na live que faz diariamente em seu site, o jornal português “Público” lembra que o apelo de Bolsonaro pela reabertura das escolas e o restabelecimento do funcionamento do comércio contrariam as recomendações do próprio governo brasileiro. “No site, o Ministério da Saúde brasileiro aconselha a população a evitar aglomerações, a reduzir os deslocamentos para o trabalho, defendendo o ‘trabalho remoto’ e a ‘antecipação de férias em instituições de ensino’, especialmente em regiões com transmissão comunitária do vírus”.

O jornal também destaca que Bolsonaro subestima a pandemia, ao afirmar que se fosse contaminado “não precisaria se preocupar”. “O chefe de Estado do Brasil já se submeteu a dois exames ao novo coronavírus, ambos de resultado negativo, segundo o próprio. A imprensa pediu a divulgação pública dos resultados, mas sem êxito”, conclui o diário.
Fonte: G1

bolsonaro e maia

Governo pede R$ 1,6 bi ao Congresso para bancar de obras a carros de Bolsonaro

Ações para a Presidência e Vice-Presidência receberão R$ 5,3 mi; valor para veículos não é mencionado nos documentos

O governo enviou nesta terça-feira (15) ao Congresso dez pedidos de abertura de crédito para reforçar programas já previstos no Orçamento ou criar novas ações. Os pedidos somam R$ 1,6 bilhão e bancam de investimentos de estatais a carros da Presidência da República.

O maior pedido é de um crédito suplementar de R$ 691 milhões para reforçar ações já previstas no orçamento de estatais. No BNDES, os recursos vão para obras na sede do banco no Rio de Janeiro e, na Petrobras, para operações em campos de petróleo.

O segundo maior montante solicitado soma R$ 561,6 milhões e inclui 11 destinações. Entre elas, está a troca de veículos para o presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com os pedidos enviados ao Congresso, o crédito proposto tem como objetivo viabilizar, entre outras ações, “o custeio de despesas com segurança institucional do presidente, do vice-presidente, de seus familiares, e de outras autoridades, relacionadas a viagens, bem como despesas com material, instalações e substituição de veículos devido ao desgaste normal de uso”.

O valor a ser destinado especificamente aos carros não é mencionado nos documentos. Ao todo, as ações para a Presidência e Vice-Presidência receberão R$ 5,3 milhões. Os recursos virão do cancelamentos do apoio à estruturação e desenvolvimento de projetos de concessões e parcerias público-privadas.

Do total dos pedidos feitos pelo Executivo ao Congresso, R$ 45,7 milhões terão impacto no resultado primário (que exclui o pagamento da dívida). O restante vai impactar a despesa financeira ou será oriundo de remanejamento de recursos de outras ações.

Exemplo de ação cancelada é a do aporte que o governo faria na Eletrobras para possibilitar a privatização da empresa. A MP (medida provisória) enviada ao governo neste ano para fazer o pagamento não foi aceita pelo Congresso, e o governo desistiu da ideia, conforme antecipou a Folha.

Agora, o plano de privatização da companhia de energia deve passar pela diluição da participação acionária da União.

O montante que iria para a Eletrobras foi redirecionado em maior parte para um aporte na estatal Petróleo Brasileiro S/A (PPSA). A estruturação da PPSA, recém-criada, foi uma exigência do TCU (Tribunal de Contas da União) neste mês para dar aval ao edital do megaleilão da cessão onerosa, marcado para o dia 6 de novembro e que pode render à União até R$ 106 bilhões em pagamentos feitos pelas empresas vencedoras (valor que deverá ser dividido entre Petrobras, União, estados e municípios).

Os dez pedidos foram feitos pelo governo nesta terça, último dia permitido pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para as solicitações. A limitação tem como justificativa dar tempo para as análises do Congresso antes do fim do ano.

Mas o governo pretende postergar a data. Um projeto de lei já foi enviado pelo Executivo ao Congresso para adiar o prazo para 14 de novembro.

A intenção do governo com o adiamento é ter mais certeza dos recursos disponíveis após o leilão da cessão onerosa, marcado para daqui a cerca de três semanas. Na prática, o texto enviado pelo governo permitiria a extensão do prazo para a abertura de qualquer tipo de crédito suplementar ou especial.

Os recursos oriundos da cessão onerosa podem fazer o governo ter recursos em sobra ao fim do ano.

A equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) traçou diversos cenários para o resultado do leilão. Nas contas mais conservadoras, o governo poderá obter neste ano R$ 52,5 bilhões com o leilão, mais R$ 17,5 bilhões no próximo ano.

Desse montante conservador estimado para 2019, R$ 33 bilhões teriam de ser pagos à Petrobras pela própria revisão do contrato.

Restariam R$ 19,5 bilhões que ainda teriam de ser divididos com estados e municípios. Líquidos, portanto, o governo teria cerca de R$ 13 bilhões para uso em outras despesas ou no cálculo do resultado primário de 2019.

A extensão do prazo para que o governo possa pedir abertura de créditos também pode servir para atender uma demanda de senadores, próximos a concluir o segundo turno da reforma da Previdência.

Uma ala do Senado quer o mesmo tratamento dado a deputados, que devem receber emendas parlamentares como moeda de troca por terem aprovado a restruturação nas regras de aposentadoria.

As emendas são forma de destinar recursos para obras em bases eleitorais de congressistas. Para isso, o Palácio do Planalto enviou em agosto um projeto de lei de abertura de crédito. A medida deve liberar R$ 2 bilhões em recursos.

Fonte: Folha de São Paulo

Pressão da Alerj derruba presidente do Detran-RJ

O processo de higienização do Detran-RJ alardeado pelo governador Wilson Witzel pode não ter durado mais do que oito meses. Esta é a percepção da própria cúpula da autarquia, diante da mudança no comando da estatal. A substituição do presidente do Detran-RJ, Luiz Carlos das Neves, desencadeou uma forte reação entre seus pares. No último fim de semana, praticamente toda a diretoria do órgão assinou uma carta conjunta, distribuída aos funcionários, repudiando a substituição de Neves (leia a íntegra abaixo). No comunicado, os dirigentes do Departamento de Trânsito do Rio de Janeiro apontam que a saída de Neves se dá por pressão política da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Lembra ainda que as interferências da Alerj, “em um passado recente, colocaram o Detran-RJ nas páginas policiais, com prisões de diversos diretores e ex-presidentes.”

Desde janeiro, a gestão de Luiz Carlos das Neves se notabilizou pela reestruturação de diversas áreas do Detran-RJ, pela troca de funcionários em postos-chave e pelo desmonte de esquemas de corrupção em distintos departamentos. Nos primeiros seis meses, as mudanças geraram uma economia de aproximadamente R$ 250 milhões nos custos da estatal. O número de denúncias de corrupção na autarquia feitas por meio dos sistemas internos de fiscalização caiu 94% em relação ao primeiro semestre de 2018. Ao que tudo indica, a atual gestão do Detran-RJ pisou em algum calo alheio.

Segundo informações que circulam no próprio Detran-RJ, a dança das cadeiras envolverá outros cargos, com interferência direta de integrantes da Alerj. É o caso do deputado estadual Gustavo Tutuca (MDB). Fonte do próprio órgão ouvida por este blog aponta que o parlamentar já fez uma indicação para a Diretoria-Geral de Tecnologia da Informação e Comunicação, hoje ocupada por Hugo da Costa Silva. O deputado estadual carrega algumas nódoas em seu currículo. Em sua delação, Carlos Miranda, apontado como operador do ex-governador Sergio Cabral, denunciou um esquema de propina na Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado durante a gestão de Tutuca. Em 2014, a Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (PRE/RJ) pediu a cassação da sua candidatura a deputado estadual por captação ilícita de votos e abuso de poder econômico. A Justiça, no entanto, não acatou o requerimento.

O blog apurou que Luiz Carlos das Neves foi chamado, na semana passada, ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio. Foram oferecidas a Neves duas funções na Casa Civil. Ele não aceitou e ontem mesmo escreveu sua carta de demissão. O mais cotado para assumir o comando do Detran-RJ é o atual vice-presidente Marcelo Bertolucci, que, por sinal, não assinou a carta de repúdio à saída de Neves.

A reação da diretoria do Detran-RJ se deve também ao processo de fritura de Luiz Carlos das Neves. Nos últimos dias, começaram a surgir na mídia questionamentos à atual gestão do órgão. Entre outras fragilidades aludidas, Neves não teria conseguido reduzir os casos de corrupção na ponta, leia-se os postos de atendimento e vistoria do Detran-RJ. Verdade ou não, foi para a sua conta.

CARTA ABERTA DA DIRETORIA COLEGIADA DO DETRAN-RJ

Considerando a reportagem veiculada no jornal Extra, pela jornalista Berenice Seara, a Diretoria do DETRAN-RJ, vem informar que não compactua com o teor trazido. Desde o início da gestão foram alcançados resultados positivos, constantemente veiculados na mídia, tais como economia em diversos contratos, redução do índice de reclamações dos atendimentos e, principalmente, redução do número de denúncias de corrupção nos postos, através da valorização do trabalho técnico com a nomeação dos servidores concursados para os cargos de chefia.

Externamos nossa profunda indignação com o retorno de indicações políticas, conforme sugerido na matéria, por meio de pedidos da Assembleia Legislativa. Tais indicações, em um passado recente, colocaram o DETRAN-RJ nas páginas policiais, com prisões de diversos diretores e ex-presidentes.



Dessa forma, caso seja confirmada essa decisão, os atuais servidores ocupantes dos cargos de direção, abaixo assinalados, comprometidos com a transparência e integridade com a qual a Autarquia vem sendo conduzida, pedem que seja reconsiderada tal medida.
Cabe ressaltar que este corpo de diretoria colegiada, que está junto ao Governo do Estado, enfrentando o desafio de virar o jogo de uma Autarquia marcada por um passado corrupto e entregue às vontades políticas da Assembleia Legislativa, informa que não pretende continuar nas atuais posições diante da sinalização de mudança na Presidência da Autarquia.

Atenciosamente,

Diretoria Colegiada do DETRAN-RJ.


ALEXANDRE BASTOS MATIOLLI

Diretor-Geral de Identificação Civil

BRUNA MOREIRA DURALDE IMBUZEIRO

Diretora-Geral de Registro de Veículos

CARLOS EGÍDIO PINTO QUEIROZ

Coordenador-Geral das JARIs

ELVIRA GOMES SANTOS ROCHA

Diretora-Geral de Apoio Operacional


EMERSON MAIA DO CARMO

Chefe de Gabinete

GABRIEL QUIRINO DOS SANTOS

Assessor-Chefe de Planejamento e Orçamento

HUGO DA COSTA SILVA

Diretor-Geral de Tecnologia da Informação e Comunicação

HUGO LEONAN AMARAL DA SILVA

Coordenador-Geral de Julgamento de Condutores e Controle de Infrações

JIVAGO DE ALMEIDA MORAES


Diretor-Geral de Habilitação

JOYCE PORTO MELO FERREIRA

Assessora-Chefe de Controle Interno

KRISTIANO DE SOUZA JOTTA

Corregedor

LAERCIO WILLIAM MELLO DA SILVA

Diretor-Geral de Administração Financeira e Orçamentária

TAINAH OLIVA ANDRADE

Coordenadora de Gestão de Pessoas

PEDRO CAMBEIRO CONDE MARTINEZ

Coordenador da Comissão Permanente de Licitação

GABRIEL EMERICK PESSANHA DOS SANTOS

Coordenador-Geral do Renavam

SÉRGIO HUNGRIA JÚNIOR

Coordenador-Geral de Integração de Serviços

Fonte: Jogo Sujo

Privatiza tudo! Ambicioso, Guedes quer protagonismo com venda de estatais

“Bancos públicos deveriam ser privatizados, o BNDES deveria ser extinto e a Petrobras também privatizada.” A fala do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, durante evento em março, no Rio de Janeiro, ilustra bem como seria o seu mundo ideal. No entanto, ele admitiu que isso tudo é muito difícil de acontecer. “É como a música dos Rolling Stones: ‘You can’t always get what you want’” (“você nem sempre pode ter o que quer”), completou. As credenciais liberalizantes da equipe econômica são bastante conhecidas. Além de Castello Branco, também defendem a venda de estatais o empresário mineiro Salim Mattar, escolhido como secretário de desestatização e desinvestimento e, em especial, o chefe de todos eles: o ministro da economia, Paulo Guedes .

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Petrobras vende controle da BR Distribuidora em operação que deve chegar a R$ 9,6 bilhões

A rede de postos de combustíveis BR Distribuidora, uma das marcas mais fortes associadas à Petrobras, deixou de ser controlada pela estatal. Na noite de terça-feira, a Petrobras vendeu uma fatia de 30% que detinha na companhia, embolsando R$ 8,5 bilhões. A petroleira reduziu sua participação na subsidiária de 71,25% para 41,25%.

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Gigantes de Internet dizem que modelo de SVA preserva inovação

A Câmara e-Net (Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico) enviou no dia 22 de maio correspondência ao conselho diretor da Anatel chamando a atenção para as implicações do caso Claro vs. Fox. Trata-se da denúncia em que a operadora Claro apontou a prestação de serviços de telecomunicações irregulares na oferta de conteúdos lineares dos canais Fox no modelo OTT, com venda direta ao consumidor. A Câmara e-Net reúne algumas das principais empresas de Internet atuantes no Brasil, entre elas Google, Amazon, Facebook, UOL, Yahoo além de empresas do mercado de comércio eletrônico e pagamentos, e até mesmo os estúdios Warner.

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