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Ministério da Economia

bolsonaro e maia

Governo pede R$ 1,6 bi ao Congresso para bancar de obras a carros de Bolsonaro

Ações para a Presidência e Vice-Presidência receberão R$ 5,3 mi; valor para veículos não é mencionado nos documentos

O governo enviou nesta terça-feira (15) ao Congresso dez pedidos de abertura de crédito para reforçar programas já previstos no Orçamento ou criar novas ações. Os pedidos somam R$ 1,6 bilhão e bancam de investimentos de estatais a carros da Presidência da República.

O maior pedido é de um crédito suplementar de R$ 691 milhões para reforçar ações já previstas no orçamento de estatais. No BNDES, os recursos vão para obras na sede do banco no Rio de Janeiro e, na Petrobras, para operações em campos de petróleo.

O segundo maior montante solicitado soma R$ 561,6 milhões e inclui 11 destinações. Entre elas, está a troca de veículos para o presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com os pedidos enviados ao Congresso, o crédito proposto tem como objetivo viabilizar, entre outras ações, “o custeio de despesas com segurança institucional do presidente, do vice-presidente, de seus familiares, e de outras autoridades, relacionadas a viagens, bem como despesas com material, instalações e substituição de veículos devido ao desgaste normal de uso”.

O valor a ser destinado especificamente aos carros não é mencionado nos documentos. Ao todo, as ações para a Presidência e Vice-Presidência receberão R$ 5,3 milhões. Os recursos virão do cancelamentos do apoio à estruturação e desenvolvimento de projetos de concessões e parcerias público-privadas.

Do total dos pedidos feitos pelo Executivo ao Congresso, R$ 45,7 milhões terão impacto no resultado primário (que exclui o pagamento da dívida). O restante vai impactar a despesa financeira ou será oriundo de remanejamento de recursos de outras ações.

Exemplo de ação cancelada é a do aporte que o governo faria na Eletrobras para possibilitar a privatização da empresa. A MP (medida provisória) enviada ao governo neste ano para fazer o pagamento não foi aceita pelo Congresso, e o governo desistiu da ideia, conforme antecipou a Folha.

Agora, o plano de privatização da companhia de energia deve passar pela diluição da participação acionária da União.

O montante que iria para a Eletrobras foi redirecionado em maior parte para um aporte na estatal Petróleo Brasileiro S/A (PPSA). A estruturação da PPSA, recém-criada, foi uma exigência do TCU (Tribunal de Contas da União) neste mês para dar aval ao edital do megaleilão da cessão onerosa, marcado para o dia 6 de novembro e que pode render à União até R$ 106 bilhões em pagamentos feitos pelas empresas vencedoras (valor que deverá ser dividido entre Petrobras, União, estados e municípios).

Os dez pedidos foram feitos pelo governo nesta terça, último dia permitido pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para as solicitações. A limitação tem como justificativa dar tempo para as análises do Congresso antes do fim do ano.

Mas o governo pretende postergar a data. Um projeto de lei já foi enviado pelo Executivo ao Congresso para adiar o prazo para 14 de novembro.

A intenção do governo com o adiamento é ter mais certeza dos recursos disponíveis após o leilão da cessão onerosa, marcado para daqui a cerca de três semanas. Na prática, o texto enviado pelo governo permitiria a extensão do prazo para a abertura de qualquer tipo de crédito suplementar ou especial.

Os recursos oriundos da cessão onerosa podem fazer o governo ter recursos em sobra ao fim do ano.

A equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) traçou diversos cenários para o resultado do leilão. Nas contas mais conservadoras, o governo poderá obter neste ano R$ 52,5 bilhões com o leilão, mais R$ 17,5 bilhões no próximo ano.

Desse montante conservador estimado para 2019, R$ 33 bilhões teriam de ser pagos à Petrobras pela própria revisão do contrato.

Restariam R$ 19,5 bilhões que ainda teriam de ser divididos com estados e municípios. Líquidos, portanto, o governo teria cerca de R$ 13 bilhões para uso em outras despesas ou no cálculo do resultado primário de 2019.

A extensão do prazo para que o governo possa pedir abertura de créditos também pode servir para atender uma demanda de senadores, próximos a concluir o segundo turno da reforma da Previdência.

Uma ala do Senado quer o mesmo tratamento dado a deputados, que devem receber emendas parlamentares como moeda de troca por terem aprovado a restruturação nas regras de aposentadoria.

As emendas são forma de destinar recursos para obras em bases eleitorais de congressistas. Para isso, o Palácio do Planalto enviou em agosto um projeto de lei de abertura de crédito. A medida deve liberar R$ 2 bilhões em recursos.

Fonte: Folha de São Paulo

Maia diz que gestão do FGTS pela Caixa prejudica trabalhador e defende debater monopólio

Atualmente, FGTS paga em média R$ 5 bilhões por ano para Caixa administrar fundo. Para presidente da Câmara, monopólio do banco gera taxa de juros prejudicial ao trabalhador.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira (8) que a gestão do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) pela Caixa gera prejuízo ao trabalhador e defendeu que o monopólio do banco para operar os recursos seja discutido.

A proposta de quebrar a exclusividade da Caixa nas operações do fundo tem sido articulada em uma comissão mista (formada por deputados e senadores) do Congresso que analisa a medida provisória enviada pelo governo federal alterando as regras de saque do FGTS.

“O que nós queremos discutir é o monopólio da Caixa hoje, [que] gera prejuízo ao trabalhador, vem gerando nos últimos 10, 12 anos, no mínimo”, afirmou Maia.

Atualmente, a Caixa cobra uma taxa de 1% para administrar os recursos do fundo, utilizado pelo governo usado para financiar diversos projetos, como o Minha Casa Minha Vida. Segundo Maia, a taxa de administração cobrada pela Caixa faz com que o juro real do fundo seja prejudicial ao trabalhador.

“Nós queremos é abrir o debate. Esse monopólio gera um bom resultado para o trabalhador ou não? Nós entendemos que com esse valor de taxa de administração, com uma taxa de juros de 5,5%, e juro real na ordem de 1,5%, você está gerando uma taxa de juros que prejudica o trabalhador”.

A notícia de que as tratativas para incluir a quebra do monopólio da Caixa estavam em andamento no Congresso gerou reações no governo. Na segunda-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro se manifestou em uma rede social contrariamente à ideia e disse que, se o Congresso decidir o oposto, ele vetará o texto.

Nesta terça, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse que o banco negocia com o Ministério da Economia uma redução da taxa de administração do FGTS.

Em média, o fundo paga por ano cerca de R$ 5 bilhões à Caixa em taxa de administração e, de acordo com o presidente do banco, há uma “conversa” para que o valor cobrado seja reduzido, mas a decisão ainda terá de passar pelo crivo do governo.

A redução da taxa de administração do FGTS poderia gerar mais lucro para o fundo, que teria menos despesas com o pagamento desse tipo de operação.

Em meio à repercussão da proposta de quebra de monopólio, a reunião da comissão mista marcada para esta terça, em que o relator, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), apresentaria o seu parecer, foi cancelada.

Fonte: G1