Presidente disse que titular da pasta de Defesa não poderia ser general de brigada, mas ele é civil
O presidente Jair Bolsonaro usou nesta quarta-feira uma informação errada para criticar o presidente da Argentina , Alberto Fernández . Bolsonaro disse lamentar a escolha de um general de brigada para comandar o Ministério da Defesa, dizendo que deveria ser alguém do topo da carreira das Forças Armadas ou até mesmo um civil. Entretanto, o novo titular da pasta, Agustín Rossi, não é militar.
Peço a Deus que tudo dê certo na Argentina. Se bem que lamento a escolha de um ministro da Defesa (que seja) general de brigada. Tem que ser um general de Exército, ou um almirante de esquadra ou tenente-brigadeiro do ar. Ou até um civil, que seja. Mas, a maneira como se começa a tratar as coisas, mexer naquilo que está dando certo, creio não ser a melhor opção — afirmou Bolsonaro, durante evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Durante o governo de Mauricio Macri, no entanto, a pasta também foi ocupada por dois civis, ambos vindos do Congresso: Julio Martínez, que antes de ser nomeado era vice-presidente da Comissão de Defesa da Câmara e que foi ministro de 2015 a 2017, e o ex-deputado Oscar Aguad.
Agustín Rossi, que tomou posse na terça-feira, junto com Fernández , é engenheiro civil, de acordo com o site oficial do governo da Argentina. Ele já ocupou o mesmo cargo entre 2013 e 2015, no governo de Cristina Kirckhner , atual vice-presidente. Também já foi vereador e deputado federal.
Em seu discurso, Bolsonaro disse torcer para que o governo dê certo e ressaltou o fato de o Brasil ter sido citado nominalmente por Fernández durante sua fala na posse:
— Mas acredito e espero que a Argentina dê certo. Afinal de contas, são, aqui na América do Sul, nosso grande parceiro comercial. Designamos ontem a ida, em comum acordo, do nosso vice-presidente da República, general Mourão, a comparecer ao evento. O Brasil foi o único país citado no discurso do presidente Fernández e estamos prontos a implementar o mais rápido possível o nosso acordo (do Mercosul) com a União Europeia. A Argentina tem muito a nos oferecer, como nos oferece o trigo, o gás de Vaca Muerta.
Bolsonaro e Fernández tem tido uma relação tensa desde a campanha eleitoral, quando se criticaram mutuamente. O presidente brasileiro chegou a decidir não enviar nenhum representante de Brasília para a posse no país vizinho, mas recuou e acabou enviando o vice-presidente Hamilton Mourão .
Fonte: O Globo