Reclamações sobre postes e bueiros energizados na cidade se multiplicam por toda a cidade, inclusive em outros bairros da Zona Sul. Moradores relatam choques elétricos sofridos por animais de estimação ao passarem por bueiros na esquina das ruas Santa Clara e Barata Ribeiro, em Copacabana, além das ruas Bento Lisboa e Senador Vergueiro, no Catete. A passeadora de cães Julia Nascimento, de 28 anos, vivenciou essa situação várias vezes.
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— Em dias de chuva, sempre que os cachorros pisam em cima de tampa de bueiro, tomam choque. Nós não sentimos porque estamos calçados, mas eles estão com as patas desprotegidas. Isso é um perigo. Nunca vi ninguém fazer nada. É algo gravíssimo. Eles tomam choque, saltam e gritam — conta Juliana.
O Extra percorreu, ontem, várias ruas de Glória, Catete e Flamengo e flagrou postes enferrujados, fiação exposta e fios soltos.
O perigo de choques, no entanto, não se restringe a ruas e outros espaços públicos. No domingo anterior à morte do porteiro Leonardo Monsores, em Ipanema, o jovem João Vinícius Ferreira Simões sofreu um choque e morreu ao encostar num food truck instalado na área do Riocentro, na Zona Oeste, durante a realização de um festival de música.
— O primeiro passo é não encostar em postes metálicos. Você não sabe o que está acontecendo ali. Por uma falha de manutenção ou um roubo de fios e cabos ou alguma outra situação, ele pode estar energizado. Já em ambientes onde você tem food trucks ou barraquinhas, fique sempre atento para ver se tem fio desencapado ou se alguém reclamou de um choque, tudo isso são sinais de que você vai ter problema. E aí você precisa alertar as autoridades para que elas tomem as devidas providências — explica Edson Martinho, diretor executivo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).
Para o major Fábio Contreiras, porta-voz dos Bombeiros, o correto aterramento das instalações elétricas poderia evitar acidentes.
— Os acidentes acontecem justamente pela falha no aterramento desses postes metálicos, que não foram feitos para provocar um choque. Importantíssimo ficar atento também às fiações que caem no chão pela ação do vento ou por um acidente. Nestes casos, o ideal é atravessar a rua, passar bem distante — alerta.
No ano passado, em todo o Brasil, foram registradas 674 mortes por choque elétrico. Os dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) mostram que boa parte dos eventos acontece devido às chamadas “gambiarras”, ao roubo de fios e cabos, fios partidos da rede aérea de distribuição e resgate de pipa, entre outros.
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