A Natura confirmou nesta quarta-feira informações da imprensa de que está negociando a compra da rival norte-americana Avon por meio de uma troca de ações, mas ponderou que não há como garantir que vai concluir de fato a transação.
“As partes estão atualmente negociando os termos e condições contratuais finais da transação”, afirmou a Natura em comunicado ao mercado. Após a mensagem da Natura, a Avon enviou um comunicado também afirmando que “não há garantias de que uma transação será concluída a partir das negociações”.
Mais cedo, o “Financial Times” publicou que a Natura vai comprar a Avon em um acordo todo em ações que avalia o grupo norte-americano em mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 8,1 bilhões).
Segundo analistas do BTG Pactual, a transação vai adicionar complexidade ao modelo de negócios da Natura, uma vez que a empresa já está enfrentando a recuperação dos negócios da The Body Shop.
Apesar disso, os analistas Luiz Guanais e Gabriel Savi, do BTG, afirmaram que dada a similaridade dos modelos de negócios de ambas as empresas, altamente expostos a venda direta, “sinergias potenciais podem surgir”.
“Assumindo um valor implícito de mercado da Avon de US$ 2 bilhões, isso poderia implicar em um prêmio de 70% sobre o fechamento das ações da Avon na véspera (de US$ 5,44), o que resultaria em um valor de R$ 21,5 bilhões para a Natura e uma participação de 28% dos acionistas da Avon na nova companhia combinada”, escreveram os analistas do BTG em nota a clientes.
Já Henara Matache, analista do Brasil Plural, também vê “uma série de desafios relacionados ao apelo da marca Avon e às suas operações logísticas”, já que a companhia norte-americana “passou por tempos difíceis em todos os seus principais mercados e pode precisar de investimentos para revitalizar suas operações em todo o mundo, ao mesmo tempo em que a Natura têm que manter o seu plano de reestruturação em curso para a marca The Body Shop”.
Apesar disso, Matache afirmou em nota a clientes que as sinergias que podem resultar da combinação das duas empresas “devem superar o lado negativo dos investimentos necessários e contribuir diretamente com o objetivo maior da companhia de se tornar uma marca verdadeiramente global”.
As ações da Avon subiam mais de 20% mais cento em meio às notícias do acordo com a Natura.
Fonte: Uol