O problema é que esses direitos são apenas da Petrobras. Sem uma negociação prévia, um futuro sócio não herdaria esses direitos, o que reduziria o valor da venda, já que o novo acionista entraria no lugar da Petrobras com menos poder na condução do negócio no dia a dia.
Segundo a Folha apurou, caso não seja refeito esse acordo de acionistas, a Petrobras pode desistir da venda.
A estatal tem 36,1% do capital total da Braskem e 47% do votante. O BNDES é dono de 0,5%, e o restante é negociado em Bolsa de Valores.
Segundo estimativa do BTG Pactual, a participação da Petrobras na Braskem vale cerca de US$ 2,5 bilhões —similar ao que a estatal arrecadou com a venda da área de Carcará, no pré-sal, a maior operação até agora de seu plano de desinvestimentos.
Executivos do setor disseram à Folha que a permanência da Odebrecht como sócia majoritária pode, porém, ser outro obstáculo à venda das ações na petroquímica.
Alvo da Lava Jato, a empreiteira negocia acordo de delação premiada com o Ministério Público, e Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa, está preso desde 2015.
A construtora também teria o interesse em se desfazer de sua parcela, como parte de seu próprio plano de venda de ativos para enfrentar a crise que vive desde o início da Lava Jato. Mas ainda não comunicou esta intenção oficialmente à Petrobras.
A Braskem tem operações no Brasil, México, Estados Unidos e Alemanha, e poderia interessar a grandes grupos petroquímicos globais que desejem ter posição relevante na América Latina.
O plano de desinvestimento da Petrobras no período de 2017 a 2021 prevê a venda de ativos que gerem US$ 19,5 bilhões. Neste ano, a empresa espera arrecadar US$ 15 bilhões com estas operações.
Além da petroquímica, a estatal quer vender a BR Distribuidora, a Liquigás, empresas do setor de biocombustíveis, entre outras, para reduzir seu endividamento.
Fonte: Uol