Com o anúncio de que a Estácio aprovou a proposta de aquisição pela Kroton, o fundo de investimentos Coronation está duplamente feliz.
Ele é acionista das duas companhias de educação e chegou a apoiar a oferta de aquisição da Kroton, em detrimento da proposta da Ser Educacional, que também estava na disputa.
O fundo de investimentos da África do Sul detém 10,3% das ações da Estácio e 4,5% da Kroton, segundo o jornal Valor Econômico.
A oferta da Kroton “representa a opção preferível para acionistas da Estácio no longo prazo”, afirmou em comunicado, dizendo que “possui uma quantidade de ações suficientes para solicitar a convocação de uma assembleia.”
O fundo ainda “gostaria de alertar a administração da Estácio a não exigir um prêmio injustificado que colocasse a operação proposta pela Kroton em risco”.
Além da participação nas empresas brasileiras de educação, o fundo ainda tem participações na Naspers, grupo de mídia da África do Sul, no buscador chinês Baidu, na indiana Tata Motors e na holandesa Heineken.
A China é responsável por 21,7% da exposição de seus ativos, seguida da Índia e do Brasil. A África do Sul é o quarto país onde eles têm maior exposição.
O fundo foi criado em 1993 e, hoje, administra US$ 41 bilhões em ativos. Em sua cultura empresarial, ele destaca que os seus funcionários detêm 25% da companhia.
O Coronation se descreve como “uma casa de investimentos voltada ao longo prazo e à valorização. Nossa experiência em mercados emergentes nos proporcionou uma base excelente de treinamento para investimentos disciplinados em ambientes altamente voláteis”.
Para que o fundo invista em uma empresa, 40% do seu faturamento precisa ser em mercados emergentes.
Outros acionistas em comum
Ele não é o único acionista com participação nas duas empresas. Juntas, elas têm dez acionistas comuns.
Estes, que são de fundos estrangeiros a bancos de investimentos, possuem 46% da Estácio e, ao mesmo tempo, 32% da Kroton. Entre eles, estão Oppenheimer, BlackRock, Coronation e Capital World Investors.
O Oppenheimer Funds é o maior acionista da Estácio, com 18% de participação. A família da empresa, seguida pelos Zaher e pela Coronation Fund Managers, que possui 10%.
A BlackRock, que gerencia cerca de US$ 4 trilhões em ativos, tem ações de quase 100 empresas brasileiras.
Fonte: EXAME