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Começa a greve da Petrobras

Trabalhadores da Petrobras em seis Estados iniciaram greve nesta quinta-feira reclamando de lentidão nas negociações com a empresa sobre salários e contra o plano de venda de ativos da estatal, informou a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que representa cinco sindicatos da categoria.

Até o momento não há relatos de impacto à produção de petróleo e derivados.

A Federação Nacional dos Petroleiros (FUP), que representa outros 12 sindicatos, também promete entrar em greve, trazendo mais força ao movimento, segundo o representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobras, Deyvid Bacelar.

Dentre os sindicatos da FUP, está o Sindipetro Norte Fluminense, que representa funcionários da Bacia de Campos, onde é produzido mais de 70 por cento do petróleo do Brasil.

A FUP, federação ligada ao PT, deve anunciar ainda nesta quinta-feira a data de adesão ao movimento.

Nesta manhã, havia paralisações em São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe, Pará e Amazonas, com forte mobilização em terminais portuários da Petrobras na região de Santos e Cubatão (SP), segundo informações da FNP.

Também haveria adesão de trabalhadores em plataformas nos campos de Mexilhão e Merluza, na Bacia de Santos.

A adesão na refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, seria de 100 por cento entre os funcionários do turno atual, que não entraram para trabalhar, disse o secretário-geral da FNP, Adaedson Bezerra Costa.

Segundo ele, os trabalhadores que começaram o turno na quarta-feira às 15h ainda estão na unidade, mantendo-a em funcionamento.

“A gente está impetrando um habeas corpus para tirar o pessoal de lá”, disse ele à Reuters.

Adesão da FUP

De acordo com Deyvid Bacelar, que também é presidente do Sindipetro Bahia, a FUP se reúne nesta quinta às 15h com o Ministério Público do Trabalho (MPT) com o objetivo de cumprir as regras para a deflagração da greve.

Segundo o representante, é a terceira audiência com o MPT com esse objetivo.

O estado de greve já foi aprovado em assembleias realizadas pelos sindicatos filiados à FUP há mais de um mês, portanto, a greve pode ser comunicada a qualquer momento. No entanto, os trabalhadores precisam apenas notificá-la 72 horas antes.

Apesar da proximidade da FUP com o PT, os principais pontos da pauta da federação buscam pressionar o governo federal por maior interferência nas decisões da empresa, tentando evitar demissões, em momento em que a estatal passa por uma reestruturação e faz cortes de custos.

Dentre as demandas da federação estão a reposição de empregados por meio de concurso público, reformulações da política e gestão de segurança, meio ambiente e saúde, continuidade de grandes obras da companhia e a revisão do plano de desinvestimentos da companhia.

“Estamos preocupados porque a nova gestão (da Petrobras) tem entendido que esse (venda de ativos) é o principal pilar para sanar a questão financeira da empresa, e nós entendemos que não, temos outras alternativas, precisamos revisar os ativos que foram negociados”, afirmou Bacelar.

De acordo com ele, os ativos negociados são estratégicos para a Petrobras e para o país.

Bacelar disse ainda que os representantes dos trabalhadores também estão se movimentando em Brasília para evitar que projetos tramitando no Senado e na Câmara derrubem a obrigatoriedade de a Petrobras ser operadora única do pré-sal.

Procurada, a Petrobras repetiu o posicionamento de quarta-feira, sem informar se a paralisação de funcionários afeta a produção de petróleo ou o refino.

Segundo a nota enviada por e-mail, a Petrobras encaminhou às entidades sindicais uma nova proposta para as cláusulas econômicas do acordo coletivo e que vai realizar reunião com os trabalhadores na tarde desta quinta-feira.

A FNP ainda está coletando dados sobre a adesão à greve no Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe, Pará e Amazonas.

Fonte: EXAME

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