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S&P corta rating do Brasil e retira selo de bom pagador do país

sepA agência de classificação de risco Standard & Poor’s retirou o selo de bom pagador do Brasil nesta quarta-feira, ao cortar o rating do país para “BB+” ante “BBB-“, 10 dias após o governo prever um inédito déficit primário na proposta orçamentária de 2016.

Além de remover do Brasil o grau de investimento, a S&P sinalizou que pode colocar o país ainda mais para dentro do território especulativo, ao manter a perspectiva negativa para a nota de crédito brasileira, o que significa que um novo rebaixamento pode ocorrer no curto prazo.

O movimento da S&P, que deverá repercutir negativamente sobre os mercados financeiros locais, é um grande revés para o governo da presidente Dilma Rousseff, que enfrenta uma crise econômica e política e vinha buscando meios de manter o Brasil entre os países reconhecidos como bons pagadores pelas agências de classificação de risco.

O ambiente doméstico conturbado inclui ainda os desdobramentos da operação Lava Jato, que investiga corrupção envolvendo empresas estatais, órgãos públicos, empreiteiras e políticos.

“Os desafios políticos que o Brasil enfrenta continuam a crescer, pesando sobre a habilidade do governo e a disposição de enviar um orçamento de 2016 ao Congresso consistente com uma significativa política corretiva sinalizada durante a primeira parte do segundo mandato da presidente Dilma”, disse a S&P.

No fim de agosto, o governo encaminhou uma proposta orçamentária com previsão de déficit primário da União equivalente a 0,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem, em meio a um cenário recessivo e de dificuldades para aprovar medidas de ajuste fiscal.

A previsão de fechar as contas no vermelho em 2016 foi feita pouco mais de um mês depois de o governo ter anunciado um drástico corte nas metas fiscais para este ano e os próximos dois.

Para a S&P, a estimativa de déficit primário na proposta orçamentária de 2016 reflete divergências internas sobre a composição e a magnitude das medidas necessárias para melhorar as contas públicas. “Percebemos agora menos convicção dentro de gabinete da presidente sobre a política fiscal”, disse a S&P.

Em julho, a Moody’s rebaixou o rating do Brasil para a última nota dentro da faixa considerada como grau de investimento, enquanto a S&P colocou a nota do país em perspectiva negativa. Pela Fitch, a nota brasileira é “BBB”, ainda dois níveis acima do grau especulativo, com perspectiva “negativa”.

 

Fonte: Reuters

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