A posse de Miriam Belchior na Caixa foi marcada por protestos contrários à abertura de capital da instituição financeira, hipótese admitida pela presidente Dilma Rousseff em janeiro deste ano, em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
Representantes de movimentos sociais presentes ao evento exibiam cartazes com os dizeres “Caixa 100% pública” e gritavam “Não à privatização, da Caixa Econômica eu não abro mão”.
Ao final da cerimônia, Miriam admitiu que existe um estudo em curso no governo sobre a possível abertura de capital da Caixa, mas que isso não seria uma medida a ser adotada no curto prazo. Em seu discurso de posse, Miriam enfatizou a função de “parceira estratégica do Estado” da Caixa, principal financiadora das políticas do governo na área de habitação agrupadas no programa “Minha Casa, Minha Vida”.
Ao responder aos gritos dos manifestantes, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse “muito bom”, sem explicar exatamente o que achou bom no conteúdo dos protestos. O ministro tratou a Caixa Econômica como “agente de políticas públicas” e enfatizou que haverá uma avaliação passo a passo dos critérios de eficiência e performance necessários, segundo ele, para que a Caixa cumpra sua missão.
Levy sinalizou que ficará atento a esse desempenho para possível avaliação da necessidade ou não de readequação da Caixa. “O mundo está mudando e as instituições financeiras também estão mudando. É preciso ficar muito atento aos indicativos de eficiência e a capacidade da Caixa de ser prestadora de serviços tanto para clientes institucionais, como o governo, mas também para clientes individuais. Há momentos mais fáceis e há momentos em que precisamos preservar o que temos”, disse Levy.
Fonte: Ig