O crescimento dos gastos em ritmo maior que o das receitas fez o Governo Central (composto por Banco Central, Tesouro Nacional e Previdência Social) registrar o pior superávit primário para meses de outubro em 12 anos. No mês passado, os três entes economizaram R$ 4,101 bilhões, o menor esforço fiscal para meses de outubro desde 2002, quando a economia havia alcançado R$ 3,797 bilhões.
De janeiro a outubro, as receitas líquidas do Governo Central cresceram 6,3%. Os gastos, porém, aumentaram em ritmo maior: 12,3%. O superávit do mês passado interrompe uma sequência de cinco meses de saldo negativo, beneficiado pelas maiores receitas com royalties de petróleo e menor rombo na Previdência Social.
Com o resultado de outubro, o déficit primário do Governo Central caiu para R$ 15,4 bilhões. Mesmo assim, o governo precisaria economizar R$ 25,6 bilhões em novembro e dezembro para garantir o cumprimento da meta reduzida de superávit de R$ 10,1 bilhões estabelecida para 2014. Originalmente, a meta correspondia a R$ 80,7 bilhões, mas foi reduzida na semana passada em razão da queda da arrecadação e do aumento dos gastos.